quarta-feira, setembro 27, 2006

Um seu melhor vestido

Até logo
pressupõe um brilho
maior,
uma possibilidade de
querer.
Visto-me para
um meu melhor
vestido,
tiro o excesso da sobrancelha,
ilumino olhar.
Quero crer-te,
quero cozer os teus sentidos
nos dias em que, adolescentemente, querer
passa a ser importante.
A luz do teu sexo brilha noite e dia.
Ofusca-me. No escuro, torço o teu querer
para que aquele brilho, finalmente, desimporte, emudeça, fique baço.
Nos dias em que querer
passar a ser (des)importante
poderei finalmente
tocar-te.
Depois - e porque não quero ver a morte súbita -
desce do pedestal,
desce, desce, desce para afastar os meus piores pesadelos:
sabes, cheiras, tens cor.
Levo-te para longe,
onde o azul se veste
para um seu vestido
melhor