terça-feira, outubro 31, 2006

Espelho

O sorriso é aberto
e os olhos cálidos como uma paisagem de Maio.
Podias ser o meu espelho
nas horas vagas,
essas onde espalhas a tua
sabedoria do Mundo
e a ofereces como
quem escreve
o nome dos outros em grãos de arroz.
É a semente do trigo que colhes
para além do Tejo,
onde os sentidos se veraneiam
na planície prolongada;
onde os peixes
visitam os teus olhos
e te dizem segredos
de outros Agostos.
O cheiro que me sacode
é o da tua mão aberta a roçar
lábios vazios.
E o azul está lá,
para embalar a luz
que te alimenta.
E o mar? O mar, o mar, o mar,
que te molha em ondas de espelho.
O mar que nos alumia o
caminho.