domingo, abril 01, 2007

Parabéns

Se fizesses anos hoje
não te dava os parabéns.
Fi-lo demasiado contigo.
Não te parabeneio,
meu para-bem.
Cuspo no teu medo e nos teus olhos doces
e não me arrependo.
Quase te odeio, mas esmagar-te-ia com um trago dos meus braços.
Fizeste-me entrar numa ficção barata: A que quer B que quer C.
Tu, senhor, sempre limpo e sem remorso. Sem pejo em gritá-lo a sete folhas brancas que nunca se noivaram.
Eu não te esqueci e tu não te esqueceste do teu ego inchado e temente.
Eu, sofredora-tipo básico - do que se pode encontrar em qualquer livraria ou loja de pronto-a-vestir -continuo a ler as tuas sentenças e a lambê-las como quem olha
para um edifício brilhante de um génio da arquitectura.
Construiste, só para mim, um elo que mói mais do que se olhasse ininterruptamente
para o fundo dos teus olhos doces.É um presente lustroso com um laço cor-de-rosa cheio de emoções passadas a limpo. Limpo como tu. Sem culpa, nem secreções.